PROTEUS EDUCAÇÃO PATRIMONIAL 22 ANOS

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terça-feira, 23 de maio de 2017

2 – Manterem a decisão.

2 – Manterem a decisão.
 
Carlos Alberto gostou de ter conversado com o Sr. Marconi. Resolveu convocar uma reunião extraordinária do Conselho.
-         Bem, companheiros esse é o dilema. Para mim a solução é manter a decisão que tomamos. – Disse altaneiro.
-         Eu não concordo. Mantendo a decisão anterior estaremos na rua e estaremos iniciando uma crise política que não interessa a ninguém – Disse o Vereador Manuel.
-         Eu concordo plenamente com a manutenção da nossa decisão anterior. A placa é horrível. Se tivermos que sair do prédio, pelo menos sairemos de cabeça erguida.

-         Eu sei, mas abriga que teremos pode ser muito desgastante e a nossa intransigência pode significar uma derrota futura... – Falou João.
Apesar das dúvidas o Conselho votou pela manutenção da decisão inicial.
As conseqüências se fizeram sentir logo em seguida à comunicação da decisão ao Presidente da Câmara. O Conselho teve que se retirar do prédio e muitos populares foram solidários com o Presidente da Câmara contra o que eles definiram como uma arrogância de um Conselho intransigente que ninguém entendia para que servia. 
O domingo era dia de ócio e de missa. Os jovens se reuniam no clube da cidade ou nos bares ao redor da praça. A tardinha os adultos saiam com as crianças para passearem ou verem alguma apresentação de andarilhos palhaços. A noite era sagrada, todos iam a missa. Naquele dia a igreja estava lotada. Parecia mais uma calma missa com cânticos muito bem dirigida pelo Padre.  Este entrou com ar solene e depois de passar os olhos por toda a multidão começou:
-    Senhoras e senhores, amigos fieis... Hoje tenho uma triste notícia para lhes dar.
Disse abaixando a cabeça. A multidão de fieis não entendeu aquele inicio de missa e o murmúrio foi geral. O Padre esperou que os ânimos serenassem para poder continuar.
-     Há Alguns dias  recebi uma triste notícia... Uma ofensa a todos nós... Esta pode ser a nossa última missa na igreja...
 - Por quê? -  gritou um fiel da primeira fila. O padre não olhou para a direção do interlocutor. Olhou com tristeza para todos os cantos da igreja...
-     Nossa Igreja vai ser fechada.
-      O quê?
-       Como? – Gritaram outras vozes.
-      Isto mesmo, nossa igreja foi tombada pelo Conselho Municipal do Patrimônio Cultural e pode ser fechada. Nunca mais poderemos rezar missa aqui.
-      Isso é um absurdo! – Gritou alguém mais perto de dona Rita encarando-a. Ela, como todos os outros membros do Conselho estavam boquiabertos com o que acabavam de ouvir.
Demorou alguns segundos para que o Sr. Carlos Alberto se recuperasse daquela loucura. Tentou falar mas o tumulto era grande e hostilidade a seu redor, maior. Alguns membros do Conselho abandonaram a igreja assustados e Carlos Alberto achou por bem fazer o mesmo.
Encontraram-se todos no centro da praça e dali partiram para a sede do Conselho.
-     Meu Deus, que loucura foi aquela que assistimos? – Perguntou D. Rita.
-     Até agora estou sem entender. – Disse o Vereador Manuel.
-      O pior de tudo é que toda a cidade acreditou no Padre... – Falou Carlos Alberto.
-     Isto está muito estranho... Fizemos alguma coisa errada. – Disse João passando a mão na cabeça.
-      Não fizemos nada de errado aquele mau caráter do padre está é jogando a comunidade contra nós. – Disse o Pastor nervoso.
-     Mas se é isto, como podemos combatê-lo? A palavra do padre  é lei nesta cidade... – Falou Carlos Alberto.
-      Sim, ele consegue transforma a mentira em verdade... – Falou D. Rita.
-     Continuo achando que erramos... – Resmungou João.
-      Mas erramos em quê? – Perguntou o Pastor Roberto.
 -  A notificação fala que o bem está tombado e que a igreja terá o prazo de 15 dias para recorre do tombamento. – Disse Zezinho.
-    Será que  não entendeu?
-     Entendeu o quê? – Perguntou Zezinho.
-     Entendeu o que quer dizer tombamento. – Disse João.
-      Ora, claro que todo mundo sabe o que é tombamento. – Falou D. Rita.
-     Aí é que está o problema, as pessoas não sabem o que é tombamento.
-     Será? – Perguntou Carlos Alberto.
-     É claro, se soubessem não teriam a reação que tiveram. – Falou João levantando-se e indo até a janela.
-     Mas se esse é o problema, qual a solução para esse impasse? Do jeito que a coisa está não poderemos nem sair à rua... – Perguntou Zezinho.
-    A meu ver temos duas soluções:

1 – Destombar a igreja para voltarmos às boas com a comunidade.

2 – Procurar o Padre Vinícius e explicar tudo para ele.

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