PROTEUS EDUCAÇÃO PATRIMONIAL 22 ANOS

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sábado, 18 de fevereiro de 2012

PATRIMÔNIO CULTURAL - CONCEITOS - ALOÍSIO MAGALHÃES

O PENSAMENTO DE ALOÍSIO MAGALHÃES

“O proprietário da casa sente que há uma diminuição do valor do seu imóvel na medida em que este não pode ser modificado. E eu acho que nós deveríamos inverter essa posição para que o proprietário do imóvel considerado de valor, preservado, se tornasse o maior interessado na preservação, vendo nesta um valor a mais, e se considerasse o beneficiário dessa valorização que a preservação confere. Assim, a idéia é de que o IPHAN, em vez de um órgão que se colocasse muito numa posição de intervir, no sentido de impedir e restringir, se transformasse num órgão que trabalha ao lado da comunidade e que valoriza com a comunidade o bem cultural. O atendimento dele tem que ser um atendimento favorável, positivo, e não restritivo e impedidor. Isso é, a  meu ver, uma coisa fundamental porque só isso levará o IPHAN a conscientizar a comunidade, ela mesma, do valor dos seus bens. E sobretudo, também,uma política de descentralização, isto é, que o IPHAN não seja o órgão que, a partir do momento em que um imóvel é considerado, tudo tenha que vir do Estado, numa tutela e dependência diretas.
Ao contrário. A consciência da coletividade do valor dos seus bens culturais pode receber do IPHAN a ajuda metodológica, a forma de resolver harmonicamente a própria trajetória  do bem para que ele não permaneça estático. E é preciso também que o IPHAN não chegue sempre a reboque, ou seja, que chegue sempre para denunciar um erro. Veja bem: ele chegar antes e não haver o erro, tanto quanto possível. O IPHAN não deve chegar para dizer: ‘ tão construindo uma coisa errada naquele lugar’. Que haja a possibilidade de que não se construa a coisa errada porque o IPHAN foi capaz de desenvolver metodologia, regulamentação e conscientização. Então as pessoas não precisam manter essa atitude primitiva, policial e repressiva. Isso é uma coisa fundamental”
(Aloísio Magalhães Entrevista ema abril de 1979 – E Triunfo?Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1997 págs 125,126)

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